HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

(Vinícius de Moraes)

HOMENAGEM A VINÍCIUS DE MORAES

(Mario Roberto Guimarães)

Tomou o pranto o lugar do riso,

Numa mudança brusca, repentina,

Como se se tornasse a luz em neblina,

Ou a lágrima nascesse do sorriso...

A mulher já não mais se fez menina,

O dantes tão loquaz fez-se conciso,

O que era verdadeiro, impreciso,

Desaprendeu-se o que o amor ensina...

"De repente, não mais que de repente",

Do tudo que se tinha, fez-se o nada,

O ter destino, fez-se andar a esmo...

Nem um, nem outro, era mais o mesmo,

Em precipício converteu-se a estrada

E, do amor, o verso fez-se ausente.

Obrigado aos amigos que colaboram com interações.

"Soneto de Fidelidade"

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.(Vinicius de Moraes)

(Milla Pereira)

M elhores sintonias de paz!

A mor nas palavras que faz!

R eal nos sonhos de encantar!

I imaginar noutras formas de poder!

Oh! É MÁRIO que sabe mais falar!

(E Campel)

SONETO DE CONTRIÇÃO

(Vinícius de Moraes)

Eu te amo, Maria, te amo tanto

Que o meu peito me dói como uma doença

E quanto mais me seja a dor intensa

Mais cresce na minha alma o teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto

Ante o mistério da amplidão suspensa

Meu coração é um vago de acalanto

Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma

Nem melhor a presença que a saudade

Só te amar é divino e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade

Que tão mais te soubesse pertencida

Menos seria eterno em tua vida.

(Adria T C Comparini)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 14/07/2011
Reeditado em 16/07/2011
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