Soneto da Razão

Se possível fosse dizer que te amo a cada instante,

Não hesitaria em fazê-lo, usando minha voz a teu dispor.

Te julgarias como sendo, do arco-íris, a mais altiva cor,

Subjetivando minha vida e, contigo, seguindo adiante.

Nos fascínios da vida que tu me propões,

Me flagro atônito, meus olhos a fitar-te.

E descubro em ti o dom da minha arte,

Que te fundamenta em todas as minhas ações.

E se posto em prática o plano não funciona,

Caio torto, morto e roto por balas

E ovacionado sou retirado da lona

Que fica vazia, à visão que calas.

Porém não consentes: vive e me emociona

Com dengos mil, cheiros e falas.