Outono

Que te direi agora, amor das minhas primaveras?

Outrora eras o meu maior enigma em botão de flor,

Para depois te tornares o meu mais sincero amor!

Tirar-te de mim, com certeza, amor, bem quiseras...

Mas lutei com forças de Golias em plena juventude,

E assim pude defender todo o bem de minha vida...

Como numa redoma pus te bem guardada, escondida,

E segurei o meu eterno amor, assim, o quanto pude!

Mas sempre vem, depois das luas, outras estações...

E como mudam as correntes marítimas e o vento,

Assim é com os sentimentos e os sofridos corações,

Para depois chorar as lágrimas, triste em pensamento!

Na imensidão deste outono é que me encontro, é certo,

Perdido em ilusão, deste teu olhar, enigmático deserto.