Inspiração
Vento há tanto ausente,
inspira-me curtos versos,
um soneto talvez,
inspiração efêmera,
logo será distante?
Rezo para não ser mais fugaz como o vento que passa,
confesso, afloram sentimentos confusos,
um medo gela a espinha, paraliso, deixo a caneta cair...
Quantas flores trará a primavera de meus sonhos?
Encantos desabrochados, alegria em todo meu ser,
os campos mais verdes, o cheiro das flores, aromas divinos exalando
despejam no coração mais entristecido sublimes versos.
Perto. Longe. Presente. Ausente. Por que tão perto e distante se coloca a inspiração? Altos montes onde mal posso enxergá-la se esconde,
tão fria e cruel, mancha de lágrimas meu papel já amarelado,
triste e fatal como a chuva que destrói casas em meio a madrugada...
De repente o dia se faz noite, a alegria vira tristeza...
Você, eu, num quarto, faltam-me os versos, falta-me você...