INVISÍVEL
INVISÍVEL
Você não é aquele que em você vejo;
que fotografo na ogiva do olhar
e um sincero abraço quisera dar,
– e quanto quero!... logo se dê o ensejo.
Também não é quem quero namorar,
como dita o meu mais vulgar desejo?
Viso, ou não, do senso comum do pejo,
porque seu lume não devo apagar.
De mim – espírito – é mero transporte
em mundos de expiação – minha casa,
simples, tosca, imaginando-se forte.
Porém o forte eterno é o anjo sem asas;
esta alma imortal; o leme da morte;
lume da mente num corpo feito de vasa.
Afonso Martini
100711