SONHOS ENTERRADOS
Sonia Barbosa Baptista
(Soneto)
Corajosa, numa noite chuvosa
Numa gritante escuridão sem lua
Tal senhora é vista por mim na rua
Com passos, que a levam até uma cova
Seu caminhar é leve, ela flutua
Vista de longe parece nervosa
Mas a tal senhora toda chorosa
No entanto, parece que algo cultua
E na terra molhada, genuflexa
Após ter enterrado ali os seus sonhos
Ela tira o véu que cobre a cabeça.
A espera do que com ela aconteça
Sente que só terá dias tristonhos
Levanta e volta a caminhar perplexa.
02/07/2011