NOITES SELVAGENS
NOITES SELVAGENS
Silenciosa se achega a noite, matreira,
cobre horizontes com asas negras abertas;
nauta do tempo, vem de lonjuras desertas,
diáfano véu escuro perfaz sua esteira.
E a noite vagueia enquanto o sol não desperta,
qual negra hulha, por entre matagais se esgueira.
Apaga as luzes do sol, só deixa a lareira
de um tropical clima, que substitui a coberta.
Nas savanas, bem como na selva africana,
a noite alta inquieta a fauna – um colosso,
enquanto se dilui na selva e na savana.
O leopardo temível caça seu almoço;
depreda a vida que da natureza emana
... e a preservação da espécie guia o alvoroço.
Afonso Martini
090711