SONETO I

DEMAIS AMADO

Não culpo os roubos e os assassínios

de terem meu coração amargurado

me fiz da vida um tolo enamorado

me iludindo com falsos desígnios.

O amor pertence aos corações insanos

e por tão insano fiz-me malogrado

por ser um poeta louco apaixonado

pelas venturas e por desenganos

Bobo me fazem, tornei-me iludido

e por muito acreditar, sou enganado

perco o credor no decorrer dos anos

Que poderá ter feito eu de tão errado?

Meu erro foi ter em demasia amado

a estes pérfidos corações humanos.