NÃO CHORES POR MIM

Por mim não chores, criatura bela,

Quando eu me for à última morada.

Uma outra vida lá me está guardada.

Lá não existe o mal nem a mazela.

Nesta vida já fiz o que podia

Nada mais me reserva o velho mundo.

Nunca menti e não fui vagabundo,

Chorei a ingratidão e a nostalgia.

Amei e por certo fui também amado

Desprezei e também fui desprezado

Mas respeitei a todas, sem chalaça.

Fui pobre, fui poeta, fui feliz.

Deploro algo que fiz e que não fiz...

O meu céu foi sempre azul, sem jaça.

Salé, 08/07/11, às 19h 47min Lucas