Soneto do amigo

Amigo, passo o dia a ouvir-te em tua guitarra,

Gosto dos teus frívolos acordes, tua canção,

Mas te vejo como na velha história da cigarra

Que cantava sem parar todo o verão.

Te aconselho, amigo, sai agora dessa farra

E vai atrás do teu precioso ganha-pão!

Sei que meu aviso em teu ouvido é parra,

Vais usa-lo como rima em teu poema, teu refrão.

Segue o exemplo da formiga, junta-te a nós,

O inverno vai chegar e tudo se consome...

Verás como é triste mendigar na noite fria!

- Não me peças, caro amigo, para que cale minha voz,

se eu não cantar mais, morro de fome,

que a poesia é meu pão de cada dia!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 03/12/2006
Código do texto: T308374