ASAS PARTIDAS

Matizes foscos de alma vesga e ensandecida

vão pincelando breus em minhas desistências...

Desesperança seca, de asa apodrecida

vem penetrar-me suas unhas de inclemências...

Lerdo viver de espera em lama endurecida,

das emoções burladas, fúteis existências,

disseminando em minha sina embrutecida

seus ares ácidos, as mais letais essências...

Oh não! Não quero mergulhar-me em tais lamúrias,

mas me vergastam tanto e tanto as vis penúrias!

Eu me ceguei da cor dos planos juvenis...

E nos escuros destas noites sugadoras,

para fugir, tento voltar às fés voadoras...

Mas eu quebrei os frágeis sonhos infantis!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 08/07/2011
Código do texto: T3082330
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