ASAS PARTIDAS
Matizes foscos de alma vesga e ensandecida
vão pincelando breus em minhas desistências...
Desesperança seca, de asa apodrecida
vem penetrar-me suas unhas de inclemências...
Lerdo viver de espera em lama endurecida,
das emoções burladas, fúteis existências,
disseminando em minha sina embrutecida
seus ares ácidos, as mais letais essências...
Oh não! Não quero mergulhar-me em tais lamúrias,
mas me vergastam tanto e tanto as vis penúrias!
Eu me ceguei da cor dos planos juvenis...
E nos escuros destas noites sugadoras,
para fugir, tento voltar às fés voadoras...
Mas eu quebrei os frágeis sonhos infantis!