VERSOS VIVOS

Hei de ver-te sem qualquer véu

Como vejo as folhas em que componho

Singelos versos de um puro sonho

Hei de abraçar-te no alto céu

Da paz vestido, alegre, risonho

És sublime, não cabes no papel

Mas, hei de provar do doce mel

E me despir do medo medonho

Hei de romper o curto tempo

Dessa vida atroz e cansativa

Irei muito além: a eternidade

Então, a morte, não mais viva

Será soprada pelo vento

Ferindo o ciclo mais covarde