POUCO FAÇO O QUE DE MIM SE APARTA

Pouco faço o que de mim se aparta,

córregos se arrastando entre as pedras;

rente as grotas um céu profundo

desaparece por trás do seu próprio contorno.

Configuram-se no horizonte graves formatos

sobrevindo uma luz baça sobre os campos.

uma cortina d’água se precipita no vácuo,

o tempo se contorce entre lamentos.

melhor seria toda a claridade

de um sol de meio-dia sobre as paisagens

que se alongam e se perdem para sempre.

Relembro que já fui pastor de estrelas

tangendo ovelhas de luz num campo vasto

cuja imensidão desconhecia.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 05/07/2011
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