O FRIO DO ESQUECIMENTO

Valete dos Anjos

É inverno. O frio aperta a minha carne,

Deitado no beco da esquina, me contágio no momento.

Sobre minha pele suja, borrifa a água na noite.

O frio me toma! A noite é intensa...

Agora me torno a dose do sofrimento. Já não agüento!

O papelão surrado, já não esquenta o sentimento.

Tremo e gemo de frio... Navalha que corta minha carne.

Minha pele racha. O sangue jorra em meu lamento.

Só tenho no âmago, a dor do instante.

Os meus “amados amigos”, me esqueceram no tempo.

O frio me maltrata! Tremo sem o calor do riso...

Meu corpo não agüenta: Sou Eu...

O corpo sente a dor do frio,

A alma também... Sou eu.

Italo Gouveia
Enviado por Italo Gouveia em 04/07/2011
Código do texto: T3075302
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