MEU CADERNO

Onde deixo todos os meus rabiscos nervosos;

Letras trêmulas, cheias de pirraças e clamores;

Choramingam na ponta da caneta os audaciosos

Resmungos no desabafo de todas as minhas dores.

Meu caderno desbotado, ali jogado pelo canto,

Depósito de lágrimas, nem sempre escondidas,

Absolvem carinhosamente, o lapso do desencanto

Jogado em suas linhas tristes, pobres, enfraquecidas.

Meu caderno, companheiro e grande confidente,

Dos momentos amargos em noites quietas e vazias,

Desmanchou-me em confissões em hora demente.

Não vou abandoná-lo jogando fora má semente,

É o guardião de todas essas minhas poesias.

Você é o grito, o meu grito desolado e inconsciente.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 03/07/2011
Código do texto: T3073312