MEU CADERNO
Onde deixo todos os meus rabiscos nervosos;
Letras trêmulas, cheias de pirraças e clamores;
Choramingam na ponta da caneta os audaciosos
Resmungos no desabafo de todas as minhas dores.
Meu caderno desbotado, ali jogado pelo canto,
Depósito de lágrimas, nem sempre escondidas,
Absolvem carinhosamente, o lapso do desencanto
Jogado em suas linhas tristes, pobres, enfraquecidas.
Meu caderno, companheiro e grande confidente,
Dos momentos amargos em noites quietas e vazias,
Desmanchou-me em confissões em hora demente.
Não vou abandoná-lo jogando fora má semente,
É o guardião de todas essas minhas poesias.
Você é o grito, o meu grito desolado e inconsciente.
DIONÉA FRAGOSO