SONETO DO PÁSSARO
Fagner Roberto Sitta da Silva
Palavra pássaro que na deserta
página escrevo, a sinto feliz, alada,
batendo as leves asas, agitada
e arisca, olhando pra janela aberta.
Ânsia de liberdade aprisionada
que num simples instante foi liberta,
voa pela minha alma, toda incerta,
mesmo que para sempre engaiolada.
Frêmito de asas para procurar
pelo infinito azul a liberdade,
um sonho, uma ilusão suspensa no ar.
Minha alma mais parece um alçapão,
um cárcere onde os ventos da saudade
vêm soprar as canções da solidão...
Garça (SP), 01 de julho de 2011.