MORTE

Minha vida é bastante complicada
Há mazelas no físico que carrego
Temo muito a doença e não nego
Pois surge como faca afiada

Tenho órgãos no corpo em demasia
Coração, rins, próstata e faringe
Pulmão, fígado, pâncreas e laringe
Que inflama, adoece ou atrofia

Que fazer diante de tal sina?
Se o que sempre me espera é a ruína
É tolice pensar que sou um forte

Quem não teme o câncer ou a trombose
Se por fim beberei a pior dose
Parte-se o fio de prata, vem a morte