A SEDE
Um viajante exausto parou numa das casas por instante
Para um copo -de- água tomar e sua enorme sede cessar.
Sai da casa uma senhora velha e uma criança pentelha
Ambas imundas, igualmente suas vestes vagabundas.
A senhora solícita demonstrava imundície explícita;
Assim também parecia o copo de água que trazia.
Recuso o copo que a visão fotografa, aceito a garrafa
Disse a ela pra não chatear, pois no gargalo iria tomar
A água que me dava e o meu corpo cansado solicitava.
A velha disse que podia sim, pois ela também fazia assim.
A senhora riu da coincidência, em mim bateu a impotência,
Pois a senhora tinha uma boca fedida e a dentição empretecida.
Mesmo sentindo nojo muito forte, não consegui mudar a sorte
Matar a sede é uma condição vital, portanto meu asco babau.
O FILHO DA POETISA