A SEDE

Um viajante exausto parou numa das casas por instante

Para um copo -de- água tomar e sua enorme sede cessar.

Sai da casa uma senhora velha e uma criança pentelha

Ambas imundas, igualmente suas vestes vagabundas.

A senhora solícita demonstrava imundície explícita;

Assim também parecia o copo de água que trazia.

Recuso o copo que a visão fotografa, aceito a garrafa

Disse a ela pra não chatear, pois no gargalo iria tomar

A água que me dava e o meu corpo cansado solicitava.

A velha disse que podia sim, pois ela também fazia assim.

A senhora riu da coincidência, em mim bateu a impotência,

Pois a senhora tinha uma boca fedida e a dentição empretecida.

Mesmo sentindo nojo muito forte, não consegui mudar a sorte

Matar a sede é uma condição vital, portanto meu asco babau.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 30/06/2011
Código do texto: T3067628