UM CONFORTO A QUEM ME AMA TANTO
UM CONFORTO A QUEM ME AMA TANTO.
Apesar da tristeza que amiúde pisca e assombra
Quem minha morte carpirá ao correr da noite escura,
Hás de crer que sensatez se contrapõe a esta loucura
De servir-me incondicionalmente ao revés da minha sombra.
Tem atenção de uma serva que contempla o seu senhor.
Guardião das doces frutas do pomar do paraíso.
Que te deu o mel, e hoje, indiferente e circunciso
Tira de sua boca, que deseja o pomo santo do amor
Montado em minhas costas cavalgou o mundo afora
O erudito europeu, o cônscio oriente e novo mundo
Mas, naufrago, lentamente, no denso mar da tranqüilidade.
Por isso, minha querida, não se aflija, não agora!
Afinal, a minha barca ainda singra o mar profundo.
E o ultimo manjar te espera, na árvore verde da saudade.