O ancião
"Tu que nos becos demora, ancião,
Quedo diante da sombra do mundo,
Imperturbável se exposto a profundas
Reviravoltas no curso de então,
Ouve-me e diz se não tenho razão,
Quando proclamo a miséria de tudo,
Dando-me a feras e males sanhudos,
Pois, na inconstância, esta vida é em vão."
Tendo-me ouvido o discurso em silêncio,
Ergue-se, então, a cabeça canhestra;
Cãs vem de encontro da luz à afluência;
Fronte engelhada me encara de sestra.
Glaucoestáticas, as reticências
Lhe efluem dos olhos de mestre.
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