AOS AMIGOS
Caros, vos peço tolerância e paciência;
Os anos retesaram a minha lassidão,
A calma é curta, se instalou a impertinência,
O estopim acende com a menor fricção.
Descartai vossas polêmicas e veredas,
Falai mais das aventuras e das lembranças,
Faze-me recordar as grandes labaredas
Que alastravam na carne nas silentes danças.
Como vede, as minhas discórdias são constantes,
À flor da pele, passeia xucra, a resposta,
Sede calmos e mais amenos nos semblantes.
Sois meus amigos, devei dar vosso respeito,
Na permissão que nada devo em troca disso,
Afinal, amanhã sereis do mesmo jeito.