ROLETA RUSSA
Feito burro de olaria segue o povo
De viseira puxa o peso e ouve a chibata
Sempre espera acontecer algo de novo
Trabalha , cansa e assim se mata
Nunca enxerga além do que está vendo
Nem sabe quem lhe dá a chicotada
Sente a dor no dorso e vai sofrendo
Puxa a carga reclamando e não faz nada
Vai andando sempre em círculos, e assim vicia
O que lê decora, não interpreta
Quando livre se perde e de mente vazia
Sem cabresto nunca anda em linha reta
Na urna, justo na hora da virada,
Cruza os braços, vendeu-se por ninharia
Vai para casa todo cheio de esperança
De morrer feito burro de olaria
Saulo Campos
Itabira MG