ROLETA RUSSA

Feito burro de olaria segue o povo

De viseira puxa o peso e ouve a chibata

Sempre espera acontecer algo de novo

Trabalha , cansa e assim se mata

Nunca enxerga além do que está vendo

Nem sabe quem lhe dá a chicotada

Sente a dor no dorso e vai sofrendo

Puxa a carga reclamando e não faz nada

Vai andando sempre em círculos, e assim vicia

O que lê decora, não interpreta

Quando livre se perde e de mente vazia

Sem cabresto nunca anda em linha reta

Na urna, justo na hora da virada,

Cruza os braços, vendeu-se por ninharia

Vai para casa todo cheio de esperança

De morrer feito burro de olaria

Saulo Campos

Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 30/06/2011
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T3065932
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