A CHUVA CANTA
À tarde a chuva canta imenso,
Na voz rouca do Fado portanto,
Enquanto eu enxugo um lenço,
À procura d’encontrar o canto.
Lá vai o cântaro à fonte, penso…
Naquele regaço do meu manto,
Porém, o sonho da noite intenso,
Com lágrimas do meu belo pranto.
Pediste-me um beijo na cambraia,
Na ébria saudade desta mi vida,
E a tarde com a sua bela saia.
Se encontrava muito despercebida,
Na pérfida do meu qu’rido desejo,
Onde o Amor é um grã beijo.
LUIS COSTA
23/O3/2011