Soneto n.212
LÁGRIMA DE SAL
***
Cantai bem suavemente a melodia
arrastando a beleza, o sentimento,
antes que o Caos (em desarmonia)
feche o portal do meu pensamento.
*
Soprai docemente a sua harmonia,
como se fora algum amoroso vento
que nascido de súbito à luz do dia,
usasse toda as forças do elemento.
*
Cerro os olhos, cerro-os e vos invoco,
sagrando-vos meu bem amado senhor,
o anjo bom e terno, que ora convoco:
*
Fogo e terra... água e ar... um cristal...
Célere, brota em minha alma o Amor
e se extravasa em uma lágrima de sal.
Silvia Regina Costa Lima
16 de setembro de 2010