SEM SABOR DE AMOR
SEM SABOR DE AMOR
A vida que se vive, teimosa, marcante,
querendo amar toda a humanidade... e não ama;
desta vida, em parte, a solidão só reclama
o amor, mais não seja, que efêmero instante.
Está contido na vida o corpo que chama
em cânones codifica héteros amantes,
que estudam na cartilha dos doidos falantes,
que a felicidade é clamor que d’alma emana.
Mas quando ela favorece oportunidades
traz-nos doces com acre sabor de saudades
junto com a azeda solidão e da dor.
E, acreditando que são dores embutidas,
em vivências amaras de faltosas vidas,
aceitamos vivê-la sem sabor de amor.
Afonso Martini
270611