OS DITAMES DA AVAREZA
Extirpa o que ofusca o fulgor dos tesouros
guardados intactos em cofres de bancos;
os prédios, as pedras, moedas e os ouros
são mimos que afagam os teus sonhos brancos.
Sê rei do que é gente e de cifras, sê mouro,
pois a seus serviços creditas teus louros;
encerra os teus dias com chaves e trancas,
pra não pôr em risco as fortunas que arrancas.
Copula aos orgasmos com tua safira,
sacia essa fome com teu diamante,
pois só dá prazer o que é usura e riqueza.
Não dês importância ao que come e respira,
venera o dinheiro em ardor delirante,
batiza a existência no altar da avareza.
(Primeira publicação em 21 de agosto de 2009)