OS DITAMES DA AVAREZA

Extirpa o que ofusca o fulgor dos tesouros

guardados intactos em cofres de bancos;

os prédios, as pedras, moedas e os ouros

são mimos que afagam os teus sonhos brancos.

Sê rei do que é gente e de cifras, sê mouro,

pois a seus serviços creditas teus louros;

encerra os teus dias com chaves e trancas,

pra não pôr em risco as fortunas que arrancas.

Copula aos orgasmos com tua safira,

sacia essa fome com teu diamante,

pois só dá prazer o que é usura e riqueza.

Não dês importância ao que come e respira,

venera o dinheiro em ardor delirante,

batiza a existência no altar da avareza.

(Primeira publicação em 21 de agosto de 2009)

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 26/06/2011
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