ARABESCOS, ALABASTROS...
Perdi da vida o norte, perdi tudo;
A minh’alma em dor, já quase morta,
Combalida e triste, sem escudo,
Arrasta-se ao breu, já não s’importa!...
Perdi meus arabescos, alabastros,
Perdi a minha via, meu caminho,
Em que eu percorria pelos astros,
Nos planos dos meus sonhos, tão sozinho!...
Ando a esmo, sem nada, alegria...
Perdi os meus escudos, fantasia...
Por onde eu hei de andar, sim, tão somente?...
Perdi a minh’aurora, luzidia...
Roubaram-me, de certo, a poesia...
Tudo em mim está morto, está ausente!....
Aarão Filho
São Luís-Ma, 25 de Junho de 2011.