EM SEGREDO
Duas da tarde. Bateram á porta,
Foi um mendigo que estava a mendigar...
Como sempre, ninguém se importa,
porém, isto deu-me que pensar.
Sua vida vivida, coisa morta,
que pena me fazia ver sem lar,
vestia de miséria e do azar
e em segredo me dizia o que comporta.
e em segredo ás vezes me pedia;
-- por favor, uma cõdea de pão!
Eu lhe dava e a esmola lhe crescia!
Ele continuava sem habitação
e o poeta triste perguntava:
- Como se chama? - Ele com medo não me falava.
LUIS COSTA
FLORILÉGIO V
IÑ ANTOLOGIA F LORILÉGIO V
ANTOLOGIA DO NERP
19/12/91