EM SEGREDO

Duas da tarde. Bateram á porta,

Foi um mendigo que estava a mendigar...

Como sempre, ninguém se importa,

porém, isto deu-me que pensar.

Sua vida vivida, coisa morta,

que pena me fazia ver sem lar,

vestia de miséria e do azar

e em segredo me dizia o que comporta.

e em segredo ás vezes me pedia;

-- por favor, uma cõdea de pão!

Eu lhe dava e a esmola lhe crescia!

Ele continuava sem habitação

e o poeta triste perguntava:

- Como se chama? - Ele com medo não me falava.

LUIS COSTA

FLORILÉGIO V

IÑ ANTOLOGIA F LORILÉGIO V

ANTOLOGIA DO NERP

19/12/91

TÓLU
Enviado por TÓLU em 25/06/2011
Reeditado em 29/08/2016
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