OUVIR

Oiço a dormir o meu quarto,

Num sossego como uma paz doce,

E alguém que diz qu'estou farto,

Como se farto eu fosse.

Oiço chorar a lua de parto ...

Como um cavalo de vento dá couce,

E a gente lá vem como um lagarto,

Ouvindo os aguaceiros co'a fouce.

E as cortinas doidas de sono,

Dependuradas nas janelas assim,

E os pobres pedindo tudo ao dono.

No entanto as árvores estão tristes,

Infelizes e gritam só para mim...

Revoltadas da vida que não vistes!

LUIS COSTA

12/08!2003

IN ANTOLOGIA POETAS DE SEMPRE

V VOLUME 2004

EDITORA CIDADE DO BERÇO

TÓLU
Enviado por TÓLU em 24/06/2011
Reeditado em 30/08/2016
Código do texto: T3054343
Classificação de conteúdo: seguro