OUVIR
Oiço a dormir o meu quarto,
Num sossego como uma paz doce,
E alguém que diz qu'estou farto,
Como se farto eu fosse.
Oiço chorar a lua de parto ...
Como um cavalo de vento dá couce,
E a gente lá vem como um lagarto,
Ouvindo os aguaceiros co'a fouce.
E as cortinas doidas de sono,
Dependuradas nas janelas assim,
E os pobres pedindo tudo ao dono.
No entanto as árvores estão tristes,
Infelizes e gritam só para mim...
Revoltadas da vida que não vistes!
LUIS COSTA
12/08!2003
IN ANTOLOGIA POETAS DE SEMPRE
V VOLUME 2004
EDITORA CIDADE DO BERÇO