Não se pode guardar o vôo de um pássaro de verdade
Não se pode guardar o vôo de um pássaro de verdade
Nem se conter todas as gotas da tempestade que cai
O canto, a voz que engrandece à toda alma que ali vai
Ela despencará e voará independente de nossa vontade
Não se pode prender asas, pois a vida nos deu igualdade
Veio com vento e soprou todo mal que por um corpo sai
Lavando a lama de mãos e asas, essa límpida água esvai
Ainda sinto um gosto amargo, é a mão daquela falsidade
Que me foi esfregada à boca e por um tempo me calei
Deixei que os frios ventos levassem, as asas molhassem
Que todas as firmes gaiolas inclementes me amarrassem
Por hora vi guardado o vôo, mas pedi que me libertassem
Não se pode guardar o vôo de uma ave, isso não tentei
Apenas via a chuva que caia, e andar nela não me neguei.
Lord Brainron