Escala.

A medida da dor é a medida do mundo

Do que seja capaz pela força que gera

Aprender sempre mais tanto quanto pudera

Faz valer no sabor do tormento mais fundo.

Quando a fibra retrai num preciso segundo

A cabeça, porém incomoda esta fera

Pois o instinto também despertou a pantera

Na virtude que trai pelo vício fecundo.

Que virá deste céu tão sagrado e silente

Quando a dor for formal no contrato afetivo,

O amargor vir do mel como um fato inocente

E o prazer mais normal brotará tal, furtivo;

Põe no riso seu véu contumaz e carente

Na incerteza fatal que te habita cativo.