ARMADILHAS DO CORAÇÃO

Ah, meu velho e incansável coração!

Tu nunca tens nenhuma paciência,

sempre aflito apesar da sonolência,

pregas-me peças a cada ocasião.

Não distingo se é real ou ilusão,

cada vez que, com antecedência,

trazes a mim uma nova advertência,

expondo armadilhas em profusão.

Eu já nem sei se é uma coincidência,

a vontade de fazer confusão,

ou se é mesmo só pura prepotência.

E nesse jogo de amor e traição,

participo com toda a conivência,

que emerge da minha imaginação.