EXCESSOS
Concedo-te meu sonho seda pura
e o aqueço às chamas brandas de alvas velas
iluminando nosso afã, loucura
por nos livrarmos destas vestes celas.
Eu te salivo em meu voraz desejo...
Afago a alma deste corpo rio...
Dedilho-te a nudez em doce arpejo...
E tu versejas meu delírio estio...
Assim me instalo em ti e dou-te o abrigo
de um sentimento isento de perigo,
sem vícios, sem venenos, retrocessos.
Mas... tantos, velas queimam sedas, sonhos;
e afagos lanham alma e corpo inconhos.
E vais, pois nem o amor suporta excessos.