DEGUSTAÇÕES LÍRICAS
DEGUSTAÇÕES LÍRICAS
Em batalhas mil reuni amigos queridos,
construí com lirismo a minha poesia.
Uma empós outra surge – cândida magia!
Sob as lupas do tempo dos anos vividos.
Em paço arvorou-se o livro – bela porfia,
chama o ledor, de superna sede embebido,
que deguste gole a gole o texto a ser lido;
faça do bojo cultura, em doce alquimia.
Resta, pois, ao vate erguer o magno troféu,
Pedindo divas bênçãos, elevando-o ao céu,
Que o real conteúdo se preste aos leitores.
Mas, ah! Se o poeta abstém-se de ouvir a razão;
se põe corpo e alma a serviço do coração,
investe enrustido a procurar seus amores.
Afonso Martini
220611