A Piracema

Soturno é amanhecer eternamente

No leito onde deitei com outro sonho:

Furtivo, ia de encontro a um risonho

Corcel que só corria para frente.

Ao acordar, punha-me, lugubremente,

A chafurdar no véu mais enfadonho...

Ousava toscanejar, mas, tristonho,

Levantava, e ia contra a corrente.

Jogava-me ao rio de desventuras!

Blasfêmias revolviam em minha boca!

Quem dera eu criar um teorema:

"Os sonhos que dominam criaturas

Mudam a verdade, e, nesta troca,

O homem é peixe em plena Piracema"!

Preto
Enviado por Preto em 22/06/2011
Reeditado em 22/06/2011
Código do texto: T3050716
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