ÍCARO

Fagner Roberto Sitta da Silva

Aqui estou, no meio desta nave,

despido e com o peito atravessado

pela luz e por flechas do passado,

sofrendo, tanto e sempre, a dor mais grave.

Fico curando as vãs feridas de ave,

assim como o meu sonho machucado,

fruto de tanto intento malogrado,

enquanto sinto o vento tão suave.

Sinto-me como um pássaro caído,

filho de Dédalo, menino de asas,

sofrendo de um amor interrompido

que se foi pela estrada ou sobre as casas,

mas que deixou no coração ferido

uma tristeza que arde feito brasas...

Garça (SP), 21 de junho de 2011.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 21/06/2011
Reeditado em 27/06/2011
Código do texto: T3048977
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