Soneto das Águas
Águas saltam de puras fontes
Lavando as almas que se arrastam
Sem a visão de novos horizontes
Perambulando por onde passam.
Águas jorram de vidas transformadas
Carregadas de sonhos e esperanças
Alimentando terras secas, esturricadas
Braços abertos e risos de crianças.
Águas engrossam lágrimas vertidas
Entre os espinhos de vidas repartidas
Onde o amor não encontrou guarida.
Águas tristes que retornam a fonte
Sem que tenham passado pela ponte
Que leva o homem a verdadeira vida.