DOIS EM UM
DOIS EM UM
Quando um homem encontra outro, doutro plano,
mas ambos formados da mesmíssima essência,
contemplam sonhos não vividos na vivência,
rega o vate a bandeira doutro, porque humano.
A solitude infeliz transborda em carências
do afeto não tido quando a dois, mano a mano,
a necessidade encrua em módulo insano,
o corpo físico, ainda que, estando em falência.
Quando o poeta alicia o pária na lide,
sentindo-se excluído de dons e inda incide
ambos trilham percursos de sonhos de honor.
Mas, ah! o vate valida os sonhos dourados,
Não obstante o “ser homem” já esteja acabado,
Reluta, investiga e pede carinho e amor.
Afonso Martini
160611