A morte de uma flor
Num prado áureo, morre uma flor -
Lábaro redolente de seu mundo.
O viso, dantes pulcro em vida e ardor,
Aos poucos, transmutando-se em um dos
Tantos nadas que flanam sem destino.
Não há mais flor, não há! Não há mais nada.
Seu manto alvinitente e velutino
Espedaçado ao vento da geada.
Esfalecido, como morto, o corpo
Que um dia a bela fronte apical
Lhe soerguera além do arqueador.
Que o gravem as marés transcedentais:
Num prado áureo, morre uma flor -
Silenciosa incógnita do caos.
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