SONETO SALINO
Corre um rio salgado, cálido
Evapora toda a tua alegria
Na correnteza que mui fria
Escorre pelo teu rosto pálido
Rosto úmido dessa agonia
Já fostes tão quente, até árido
Luzes contentes, teu hábito
De rir da vida, até o dia
Que os versos amargaram tanto
Quanto podiam fazê-lo
E agora estás tão fria
Quem dera dessa vez teu pranto
Fugisse desse meu zelo
Na aurora dessa poesia.