TRISTESSE (SONETO SHAKESPEAREANO)
Fagner Roberto Sitta da Silva
Vontade de gritar ao mundo as minhas
tantas dores e vê-las pelo céu,
cruzando os montes como as andorinhas
pela tarde, fazendo um escarcéu.
Tristeza que me invade num momento
como o vento veloz correndo pelas ruas,
levando folhas, todo o meu tormento,
deixando à mostra mil feridas cruas.
Fico olhando as antigas cicatrizes
dos meus poucos amores enterrados,
pois sinto descobertas as raízes,
e vejo só alguns cicatrizados.
Mas em nenhum lugar encontro a cura,
um simples sol em minha noite escura...
Garça (SP), 12 de janeiro de 2006.