Soneto para a Morte

Deixa-a vir até mim este espectro sevo

Para que eu possa dizer a ela que padeço

De muita mágoa e tédio em descompasso

De obras vãs que em livro efêmero escrevo.

A dor que não cessa porque me atrevo

Na paixão dúbia e maldita enlouqueço

A margem do padecer vil num cansaço

De uma fúria infinda em palavras transcrevo.

Assim conto pra Morte em verso macróbio

Taciturno ator malvado que se descobre

Um pacto sinistro em oculto na terra fria.

E na sua afonia sepulcral no aeróbio

Num bramido silencioso se encobre

Na sua última vontade vil se escondia.

Herr DoKtor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 28/11/2006
Reeditado em 26/09/2008
Código do texto: T303952
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