Soneto para a Morte
Deixa-a vir até mim este espectro sevo
Para que eu possa dizer a ela que padeço
De muita mágoa e tédio em descompasso
De obras vãs que em livro efêmero escrevo.
A dor que não cessa porque me atrevo
Na paixão dúbia e maldita enlouqueço
A margem do padecer vil num cansaço
De uma fúria infinda em palavras transcrevo.
Assim conto pra Morte em verso macróbio
Taciturno ator malvado que se descobre
Um pacto sinistro em oculto na terra fria.
E na sua afonia sepulcral no aeróbio
Num bramido silencioso se encobre
Na sua última vontade vil se escondia.
Herr DoKtor