† Vício †
Ancião amigo, companheiro de lágrimas
Deturpa meu senso, estupra meu ser
Liberta-me da dor, das luzes tácitas
Da noite abstrata, do triste prazer
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Ama-me como ninguém nunca amou
Sê meu Jesus Cristo, sê meu são Judas
Vê-me sem asco, vê-me como sou
Vê-me como o eterno santo das putas
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O cigarro, que derrubou, sustenta
O vil álcool, que deteriorou, alenta
O vício, que matou, vivo mantém
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A cônjuge, que traiu, morta está
A noite, gélida, ensinou-me a amar
Meus santos vícios, meu credo, meu amém
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