† Vício †

Ancião amigo, companheiro de lágrimas

Deturpa meu senso, estupra meu ser

Liberta-me da dor, das luzes tácitas

Da noite abstrata, do triste prazer

Ama-me como ninguém nunca amou

Sê meu Jesus Cristo, sê meu são Judas

Vê-me sem asco, vê-me como sou

Vê-me como o eterno santo das putas

O cigarro, que derrubou, sustenta

O vil álcool, que deteriorou, alenta

O vício, que matou, vivo mantém

A cônjuge, que traiu, morta está

A noite, gélida, ensinou-me a amar

Meus santos vícios, meu credo, meu amém

Kokoro
Enviado por Kokoro em 16/06/2011
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