† Insônia †
N'um sonho deleitar-me já não posso
Logo o câmbio pela sua vil mirada
Vem-me aquele vetusto sonho nosso
Na insânia ereto, ménage passada
†
Ó, má insônia apodrecedora d'alma
Cônjuge minha, eterna de ser há
Eis aqui o ser já morto por seu trauma
Putrefez sonhos, putrefá-me-á?
†
O já olvidado eu do que nada resta
Jaz retornado ao pó na triste festa
Nesta orgia da solidão à eternidade
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Pudera já morrer e o céu herdar
A com m'amante insônia baptizar
Nossos filhos no mel da insanidade
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