FORASTEIRO (5 e 6)... conto
FORASTEIRO (5) ... conto
Mas eis que percebe o aceno, com o dedinho
da gatinha que só com os olhos namora.
Nunca ousado; respeitoso e distante, embora,
bate forte na mente do amor o sininho.
A gatinha faz doces de morango e amora,
ele passa e conversa e recebe um docinho.
É um luxo o sabor do doce e o doce risinho,
que alimenta sua alma como a alvura da aurora.
São fugazes momentos no trajeto andado
sente que ama e presume-se também amado
e investe em carinho do olhar com todo o ardor.
Sua alma se regozija e eriça-lhe a derme;
exulta o momento, embora sinta-se verme;
rola(-se) a alma em gramas de felicidade e amor.
FORASTEIRO (6)... conto
Mesmo a tristeza em seu dia a dia evadiu-se;
desdenhou solidões vividas até então.
Reorganizou a alma; oxigenou o coração;
da angústia de solitudes vividas, riu-se.
Sonhava já com os passeios mão na mão;
colher uma flor e enfeitar a amada viu-se;
da mais cavalheiresca nobreza vestiu-se;
conquistado o amor, viria empós, a paixão.
Foi sonhando acordado em seus versos de alpaca,
sentindo a sina em ouro na prata da placa,
haure o ar puro com moléculas de sandice.
Sua alma volitando da mente faz transporte
e o pensamento voa a encontrar novo norte,
o tapete trançado de terna meiguice.
Afonso Martini
150611