Кобна убавина

“Tão bela! E tão perdida! Albor de estrela

Em lagoa corrupta –

Na face um anjo, n’alma lodo – a um tempo

Sílfide e prostituta!”

(ÁLVARES DE AZEVEDO)

Qual uma rosa, por vermes contaminada,

Que começa a lentamente apodrecer

E, pouco a pouco, as pétalas a fenecer,

É essa tua beleza, tão degenerada.

Uma bacante de furor embriagada

Que passa seus dias no leito a volver,

Esperando a qualquer homem abater –

E ainda assim tem os encantos de uma fada!

Um néscio é aquele que pretenderia

Tua verdadeira natureza desvendar –

Se és uma ninfa ou uma reles vadia.

Mas admito que não ia me importar

Se em meio à tua elegante imundícia

Minha mocidade viesse a manchar…

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 15/06/2011
Reeditado em 09/03/2022
Código do texto: T3036054
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.