ROSÁRIO DE QUIMERAS

"E as contas do rosário assim quebrado

Caíram como folhas de uma rosa."

Auta de Souza

Os fios tênues de ilusões vividas

se arrebentaram nas quimeras débeis

de um ser em pânico ante fés doridas.

As frustrações purpúreas jorram flébeis!

Oh! Sonhos verdes, minhas ledas vidas,

por que não vêm tornar meus campos férteis?

Por que mataram-me as quimeras tidas?

E as ilusões queimando n'alma, estéreis!

Quisera achar sequer uma continha

do meu rosário bento de quimeras

quando não eram foscas, soltas, feias.

Mas as perdi no tosco tempo em linha

toda ondeante, em tolas, vãs esperas

por ter os sonhos meus pulsando às veias.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/06/2011
Reeditado em 15/06/2011
Código do texto: T3035714
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