DESTINO CRUEL

Negavas-me. E eu pálido ouvia

As doces virações dos teus lamentos;

E, quando a sorte no arfar dos ventos

A ti outras paixões te oferecia,

Tu dizias: Não sei. Pensando em mim.

E quantas vezes cheia de desejos

O mesmo ritual fizeste, em fim,

Pensando nos meus lábios, nos meus beijos...

Também eu te amando te neguei,

Queria me livrar de um doce encanto,

De um medo de um amor assim, talvez...

E a vida então passou, lá no teu canto,

Tu choras tua dor, cá choro eu,

Unidos, em fim, os dois, no mesmo pranto

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 14/06/2011
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