UMA NOITE SEM VOCÊ

Ainda agora, enquanto a penumbra cai em nossa rua,

O tempo rosna frio, implacável, e a solidão chegou.

Estremeci, sentindo n’alma, uma enorme depressão

O relógio na parede avisou-me, a hora de chorar chegou.

Bandida noite sem luar, sem estrelas, fria e sem você.

Malvada e triste solidão, que no meu quarto e em mim aportou.

Que não me venham lembranças de você, para me enlouquecer.

Esta noite sei lá, não dormirei, ainda estou como você deixou.

Apenas dormitarei, lerei um livro banal, de um autor qualquer.

Pensarei em coisas simples, um carrinho de madeira, um bem-me-quer.

Voltarei a minha infância alegre, ingênua, cheia de acasos e feliz.

Trancarei o mecanismo do tempo, e meu amor por você mulher.

Ufa, talvez possa sonhar, sonhar sonhos onde você não faça o que quiser.

Há... Esta noite será diferente, você não existirá, nem o dia em que me quis.

Salvador, inverno de 2011