"" INVEJA ""
A serenidada da vida estampada em seu leito de morte,
Quanta sorte, quanta despreocupação e calma em seu rosto,
Nada lhe tira essa marca de dever cumprido,
Seu rosto, sem expressão, é pura contentação.
No seu leito de morte, coberto de flores
Nenhum resentimento, mágoa, dores e amores,
Isto só restou a nós vivos: choros, dores e horrores,
Horrores de enfrentar um novo dia de agonia.
A ti a lápide espera e só os vivos o coração dilacera,
Vais tranquilo, como deveria ser a vida,
A tranquilidade que só adquire com a morte.
Que sorte, que sorte amigo, preciso ser forte,
A morte ainda não me presentou com o fim,
Que inveja de ti amigo, que a vida acabou enfim.